A artrose é um problema que ocorre nas articulações do nosso corpo, resultando no desgaste da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos. Ela também é conhecida como osteoartrite e muitas vezes acaba danificando outros componentes articulares como os ligamentos, o líquido sinovial e a membrana sinovial. A cartilagem articular que possuímos tem como objetivo ajudar no deslizamento para que ele aconteça sem atrito, entre duas extremidades ósseas durante o movimento de uma articulação. Quando isso não acontece pode ocorrer inchaço, dor e limitação nos movimentos. A artrose pode aparecer em qualquer junta do corpo, mais geralmente surge nas articulações das mãos, dos joelhos, da coluna e dos quadris. Com o tempo, a artrose pode piorar se não for tratada. Ela não tem cura, mas pode-se aliviar a dor e melhorar os movimentos.

Quais são as causas da artrose

Existem dois tipos de artrose: a primária e a secundária. A artrose primária surge pelo uso excessivo de uma articulação e também pelo envelhecimento natural. Quando se usa uma articulação repetitivamente ao longo dos anos isso causa danos à cartilagem, causando dor nas articulações e inchaço. Com o passar do tempo, o fluído existente entre as articulações, chamado de líquido sinovial vai se degenerando. O mesmo ocorre com a cartilagem que recobre esse líquido, a chamada membrana sinovial. Em alguns casos ocorre uma perda total da cartilagem. Isso pode provocar o atrito direto entre os ossos, causando dor e limitação dos movimentos. O problema é que esse dano à cartilagem também pode resultar em calcificações em alguns pontos das articulações. Isso forma os osteófitos – que são chamados de bicos de papagaio quando surgem na coluna.

A artrose secundária surge por conta das condições ou de doenças que a pessoa tenha. Como por exemplo traumas repetido ou cirurgia das estruturas articulares, articulações anormais no nascimento, obesidade, artrite reumatoide, gota, diabetes e alguns outros distúrbios hormonais.

Como tratar a artrose

A artrose não tem cura. Mas os tratamentos atuais podem reduzir e aliviar os sintomas que ela causa. Assim que apresenta a doença poderá se organizar, manter suas atividades cotidianas e ter uma vida normal.

Uma das primeiras medidas que o médico irá tomar é lhe sugerir medicamentos apropriados para aliviar a dor durante a crise aguda da doença. Os analgésicos costumam aliviar a dor, mas não tem o poder de reduzir a inflamação. Funcionam melhor quando as dores não são tão fortes. Já os anti-inflamatórios (os não esteroides) conseguem aliviar a dor e a reduzir a inflamação ao mesmo tempo. O problema desse tipo de remédio é que eles costumam causar efeitos colaterais. Os principais são zumbido nos ouvidos, dores de estômago, lesões nos rins e no fígado ou problemas cardiovasculares. Quanto maior a idade, maior as chances de eles aparecerem.

Quando há uma dor e sintomas muito mais fortes, pode ser o caso de usar narcóticos. São medicamentos que geralmente possuem ingredientes similares à codeína e garantem o alívio nas dores mais fortes. O problema é que esses medicamentos são muito fortes possuem o risco de causar dependência em quem os ingere. Esse risco é pequeno mas deve ser levado em conta e avaliado junto ao histórico do paciente. Além disso eles podem causar sonolência, constipação e náuseas.

O ideal é combinar os medicamentos com algum tipo de terapia. Pode se sessões de acupuntura que irão ajudar o paciente a lidar com a dor e vai equilibrar o corpo como um todo. A fisioterapia poderá sugerir uma série de exercícios que irão fortalecer os músculos que ficam ao redor da articulação doente, ajudando no tratamento. Já na terapia ocupacional vai ensinar o paciente a mudar seus movimentos cotidianos em casa e no trabalho para não prejudicar ainda mais as articulações que já estão doloridas.

Além dos tratamentos já citados, muitas vezes o médico pode sugerir algumas infiltrações que costumam ser bastante eficazes no alivio dos sintomas da artrose. As injeções de cortisona – medicamentos corticosteroides – podem aliviar bastante a dor nas articulações. Geralmente o local é anestesiado e coloca-se uma injeção dentro da articulação para aplicar o medicamento. O número de aplicações dependerá de cada caso, mas há um limite de injeções por ano para não se ter o risco de agravar lesões articulares. Outro tratamento bastante usado são as injeções de ácido hialurônico que causa um amortecimento nas articulações, diminuindo a dor.

Quando nenhum dos tratamentos resulta em alívio para o paciente, pode-se pensar em procedimentos cirúrgicos. O objetivo é realizar o realinhamento dos ossos. Durante a operação o médico realiza um procedimento chamado de osteotomia. Nele o cirurgião faz um corte no osso para realinhar o local afetado. Ou então é possível realizar a substituição da articulação por próteses de plástico e metal. Geralmente isso é feito nos casos de problemas no joelho e quadril. Mas esse procedimento também deve ser bem avaliado pois resulta em alguns efeitos colaterais, além da possibilidade da prótese ter de ser trocada depois de alguns anos, por conta do desgaste natural.

 

Médico Especialista em Fisiatria e Dor | + posts

Médico formado pela Santa Casa de São Paulo, com Residência Médica em Medicina Física e Reabilitação (Fisiatria) pela Universidade de São Paulo. Doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no Departamento de Neurologia. Especialização em Acupuntura Médica pelo Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa (CEIMEC), e Área de Atuação em Dor pela Universidade de São Paulo. Diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA). Ex-Diretor do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Membro da Câmara Técnica de Acupuntura do CREMESP. Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED).


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