epicondilite medial

epicondilite lateral

Epicondilite Medial: Cotovelo de Golfista

A prática de esportes é muito importante, mas existem atividades e até mesmo fora do mundo esportivo, que geram sobrecarga podendo causar a epicondilite medial. Conhecida também como “cotovelo de golfista”, a epicondilite é uma inflamação do tendão do músculo palmar longo, que acomete indivíduos que praticam atividades que geram sobrecarga repetitiva dos músculos flexores do antebraço. É uma condição que provoca dores no lado interno do cotovelo, onde os tendões dos músculos do antebraço fazem ligação com a proeminência óssea, no interior do cotovelo. Práticas de esportes como tênis, musculação e golfe podem gerar essa sobrecarga e até mesmo atividades no trabalho que necessitam de movimentações repetitivas dos flexores, causam a epicondilite medial. Um evento único traumático também pode gerar a patologia. A dor pode se alastrar para o antebraço e pulso e está associada a movimentos excessivos de flexão do punho, dedos e pronação do punho.

Movimentos vigorosos, repetitivos ou excessivos dos pulsos e dedos podem causar danos aos músculos e tendões que controlam o pulso e os dedos, assim resultando em inflamação e dor. Quando os músculos responsáveis por dobrar os dedos e punho são excessivamente usados, os tendões são repetidamente puxados, causando pequenas e repetidas rupturas no tecido dos tendões, que inflamam e ocorre a dor no cotovelo. Exercícios como levantar, atirar ou bater, assim como aquecimento inadequado ou condição física deficiente, também podem contribuir para o “cotovelo de golfista”. Normalmente ocorre em esportes de arremesso, golfe e esportes que necessitam de raquete. Atividades do dia a dia, como carpintaria e digitação, são condições que podem ocasionar a patologia.

A dor do “cotovelo de golfista” pode aparecer de repente ou gradualmente e se caracteriza por:

  • Dor e sensibilidade na parte interna do cotovelo;
  • Possível fraqueza nas mãos e pulsos;
  • O cotovelo pode ficar rígido e doer quando fechar o pulso;
  • Dormência ou formigueiro que irradia para um ou mais dedos, geralmente o anelar e o mindinho (Cerca de 50% dos casos de epicondilalgia medial do cotovelo têm sintomas neurológicos associados à compressão do nervo cubital);
  • Também pode haver dor ao fechar a mão com os dedos para dentro;

Se estiver com algum desses sintomas ou se seu cotovelo permanecer quente, não conseguir dobrar e parecer deformado, consulte seu médico fisiatra. O exame de ultrassom e a ressonância magnética são os mais utilizados para o diagnóstico do “cotovelo de golfista”. Gelo e analgésicos de receita livre, também poderão aliviar a dor e sensibilidade. Existem outras opções indicadas pelos médicos para controlar a dor, como o uso de medicações anti-inflamatórias orais e tópicas, órteses e imobilizações e terapias como a fisioterapia ou a acupuntura. Aplicação de injeção de cortisona na região do epicôndilo medial para reduzir a inflamação, também pode ser utilizada. O paciente receberá orientações para realizar exercícios para o cotovelo e em casos mais graves poderá ser encaminhado para uma intervenção cirúrgica.

A cirurgia raramente é necessária, pois as medidas de reabilitação, quando bem realizadas, resolvem o quadro doloroso. Eventualmente, a epicondilite medial pode persistir apesar do tratamento correto e prolongado. Nesses raros casos, a cirurgia pode ser necessária. Existem diversas técnicas disponíveis para o tratamento cirúrgico e elas se baseiam na remoção dos tecidos doentes. Nos casos em que há alguma alteração do nervo ulnar, o mesmo deve ser tratado. A descompressão da região do túnel cubital é o procedimento mais comumente realizado. O nervo pode ser, em algumas técnicas, transposto, ou seja, transferido, para uma região mais anterior, que pode estar acima ou abaixo dos músculos do antebraço.

O tratamento é não operatório na grande maioria dos casos e deve ser ajustado às atividades de cada paciente e, como princípios gerais, baseia-se no controle da dor, na reabilitação da musculatura acometida e na prevenção. Infiltrações também podem ser indicadas caso as medidas prévias não sejam eficazes, mas apresentam alguns riscos e não são realizadas de rotina.

Durante a recuperação da lesão, o esporte ou a atividade usualmente praticados devem ser mudados, para que não haja piora da condição. Por exemplo, trocar o jogo de golfe por uma caminhada e escrever usando uma caneta ao invés de digitar. O médico poderá prescrever uma tira, ou outros produtos, para serem usados logo abaixo da região dolorida do cotovelo. Isso permitirá que os músculos do antebraço façam pressão contra a tira, ao invés de fazer pressão contra o epicôndilo dolorido. O uso de uma faixa elástica pode auxiliar a reduzir o edema.

Após a recuperação da fase aguda dolorosa, a prevenção deve ser realizada, evitando novas crises e recidiva da dor. Alongamento e fortalecimento devem ser realizados de maneira padronizada e frequente. Ajustes no ambiente de trabalho devem ser feitos, evitando-se também a flexão repetitiva do punho e dedos. O treino do gesto esportivo, principalmente no tênis ou no golfe devem ser realizados, evitando o movimento de flexão forçada do punho, para diminuir a sobrecarga muscular da região flexora.

O objetivo da reabilitação é eliminar a dor e que o retorno ao esporte ou à atividade aconteça o mais rápido e seguramente possível. Se o retorno for precoce, existe a possibilidade de piora da lesão, que pode levar a um dano permanente. Como cada indivíduo é diferente do outro, a velocidade de recuperação também é. Por esse motivo, o retorno ao esporte será determinado pela recuperação do cotovelo, não existindo um protocolo ou um tempo exato para isto acontecer. Geralmente, quanto mais rápido o médico for consultado após a lesão, mais rápida será a recuperação. O retorno à atividade do dia a dia ou ao esporte acontecerá quando for possível realizá-los, sem sentir dor no cotovelo.

Uma vez que a epicondilite medial ocorre pelo uso excessivo dos músculos que flexionam o punho, é importante não sobrecarregá-los. Aos primeiros sinais de dor na parte interna do cotovelo, deve-se diminuir a atividade e procurar um médico. A dor do “cotovelo de golfista” não tem que mantê-lo fora de campo ou afastado de suas atividades preferidas. Com descanso e tratamento adequado, poderá voltar a ter uma vida normal.